História do Distrito de Campo Santo contada em cordel

O texto a seguir conta em Literatura de Cordel a História do nosso amado povoado Campo Santo no município de Santa Filomena PE.


Pesquisa e produção:
Professoras:
Mayra de Souza Barbosa
Maria Alves de Souza Barboza

Adaptação e atualização:
Professores:
Carlos Damasceno Silva
Marivany de Souza Barbosa

Entrevistados:
José Perpedigno de Melo (Zuza)
Joaquim José Damasceno (Quinca)


Para o povo em geral, em versos vou recontar
O passado e o presente deste bonito lugar.
O que foi e hoje é, essa terra de encanto
É a história real desse velho Campo Santo.

Aqui era caatinga, e nada mais existia
Tinha onça, caititu, preá, veado e cutia
Água era do riacho, barragem não existia
Tudo era muito atrasado, longe da tecnologia

Foi lá pelo século dezenove, que este povoado surgia,
Tinha apenas uma casa, feita de alvenaria
Casa simples e pequena, conforto não existia.

Um dia aqui nestas bandas, apareceu um senhor
Chamado Antônio Floresta e por aqui se instalou
Porem era um forasteiro e por aqui não ficou.


Os primeiros moradores que deram origem a essa gente
Foram João de Melo e Enéias e também seus descendentes
Era um povo sem leitura, porém, muito inteligente
Já sonhavam com o melhor, pra essa terra da gente.

E o tempo foi passando, o povo foi aumentado
Porém, tudo era difícil, para vender e comprar
Uns iam à Petrolina, outros a Araripina
Montado em lombo de jegue sua farinha buscar


Um dia neste lugar, veio um padre celebrar
E o nome cemitério, o vigário não quis falar
Chamou-o de campo santo e começou a rezar
E logo por esse nome batizaram esse lugar.

Quando o povo resolveram campo santo povoar
Uns queriam aqui, outros do lado de lá
Tudo isso era medo, do riacho interditar
E quem morasse aqui não poder passar pra lá.

Nesse tempo por aqui, já tinha mais habitante
E a falta de um comércio, aumentava a todo instante
Então Manoel Ferreira começou logo a pensar
Vou botar uma bodega, pra esse povo comprar.


Medico também não tinha, era remédio caseiro
Mulheres pariam em casa, com ajuda das parteiras
Raimunda, Demétria e Dadala, vinham correndo ligeiro.

O povo já acreditava em aqui, ser povoado
Juntaram a força de todos com coragem e firmeza
E nos anos quarenta construíram a igreja.

Colocaram um padroeiro lá encima do altar
Com muito respeito e fé, o povo vinha adorar
De vinte a vinte e nove de setembro a novena vem rezar
Em louvor a São Miguel, santo deste lugar.

Nos anos cinquenta e um, ainda lembro meu senhor
Houve um avanço danado, que campo Santo assustou
O senhor Neco Carlos um automóvel comprou
Por cento e quarenta conto e em campo Santo estreou.


Foi num dia de domingo, que ele aqui chegou
Roncando como trovão causando grande pavor
O povo alvoroçado, pra perto dele encostou
Conhecer aquele bicho que Campo santo abalou.

Neco Carlos perguntou vocês querem passear?
Pois então dois tostões vocês terão que pagar
E o povo só queria de GMC passear
No prado de Zé Henrique andavam pra lá e pra cá.

Fernando Bezerra (1) o tanque velho conseguiu
Porem a enchente de sessenta o pobre não resistiu
A tromba d’agua tão forte o açude destruiu
Até o cemitério velho, o sessenta engoliu.

A primeira professora, que por aqui ensinou
Veio lá de santa cruz e um mês aqui passou
Na casa de João de Melo, particular ensinou
E somente cinco alunos Sila lecionou

No ano sessenta e seis, outro fato aconteceu
Foi no mandato de Deca, que a luz apareceu
Foi um outro fato histórico que aqui aconteceu
Só sei que ninguém dormiu na noite que ela acendeu.

Padre Gonçalo e Salvador, eram os padres da freguesia
Rezavam o terço a noite e celebravam de dia
E casamento de queima os dois também faziam
Moças casavam escondidas, porque os pais não queriam.


Um dia Felipe Coelho junto com Paulo Kelê
Vieram de sua cidade, campo santo conhecer
Pedindo o voto do povo, prometendo agradecer
Construindo obras públicas para Campo Santo crescer.

Nesse tempo meu amigo em dia de eleição
Matavam carneiros e bodes, davam comida ao povão
Zé Henrique e Zé Professor no meio daquele festão
Indicavam em quem votar e ninguém dizia não.

Nessa disputa de votos, começaram a existir
Casa de feira, escola e o posto de saúde daqui
Um pedia de um lado outro reivindicava da li
Tudo isso foi herança do velho Ouricuri.


Campo Santo era povoado, a Ouricuri pertencia
Alguns funcionários públicos aqui também existia
Maria de Eva e Zabezinha no posto de saúde atendiam
Alunos vinham de longe pra estudar todos os dias.


Agora vamos falar da história mais recente
Foi a emancipação que aconteceu de repente
No ano de noventa e cinco tudo ficou diferente
Santa Filomena cidade, pra alegria de nossa gente.

Houve pleito eleitoral, e Geni Lemos ganhou
Uma quadra de esporte aqui ele edificou
Uns não gostaram da obra, outros lhe deram valor.

Nas eleições de dois mil, a coisa foi diferente
Veio lá da Seriema um jovem muito valente
Assumiu a prefeitura, deixando o povo contente
Construiu aqui uma escola ginasial, melhorando o ensino fundamental.

O prefeito Gildevan vai ficar na nossa história
Mudou a cara daqui, trazendo-nos muitas glórias
Até praça e calçamento nosso lugar tem agora

A saúde por aqui, teve sua evolução
Com medico, dentista, enfermeira
E agente de saúde, para toda população.

Na política daqui, não podemos esquecer da saudosa Alzenir.
Chixico e Zé Amaral, também fizeram história,
Já em dois mil e doze, Adelvan obteve a vitória
Eleito vereador, está no comando agora.

Hoje em nosso povoado, tudo é evolução
Temos mercados e bodegas, lojas de confecção
Padaria, bares e açougues têm moto e caminhão
E também meios de comunicação.

Se você vier aqui, nosso lugar conhecer
Temos muitas novidades para mostrar
Os encontros das Famílias vocês não vão esquecer
As tradições culturais que são bonitas de ver.

Nos sábados de aleluia, já virou tradição
A escalada da serra, sobe amigos, sobe irmãos
Levando carne e cachaça, é aquela animação
Na praça tem churrasco e forró, pra alegria do povão.

No turismo rural, não podemos esquecer
De falar do tanque velho, nossa área de lazer
E da barragem de Bom Jardim coisa linda de se ver.

Esse lugar tem futuro, sangue novo está nascendo
Famílias: Melo e Henrique, Rodrigues e Damasceno,
Souza, Silva e Ferreira, a história estão fazendo.

Campo Santo, Campo Santo, um lugar hospitaleiro,
Campo Santo de um povo humilde e muito guerreiro.

(Fonte Blog Charles Araújo)

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